domingo, abril 25, 2010

AVISO AOS NAVEGANTES:

EU NÃO REVISO NUNCA O QUE ESCREVO AQUI.

FAVOR INDICAR ERROS.

2ª Canto do Estrangeiro

Perdi o chão essa noite.
Em sonho me descobri:
Não sei navegar.

O mar tornou-se turbulento
e quase leva todos os meus,
Sem respiro, sob a água.
Para onde irão os que naufragam nos meus sonhos?

Metáfora da vida:
Não controlamos o viver.
A existência é oceânica,
E é nos dias quentes...
e calmos... calmos...
que se formam as mais intensas tempestades.

Hoje à noite, ninguém morreu.
Todos os meus navegam,
Na nave que eu sou.
Coração e memória.

sábado, abril 24, 2010

1º Canto do Estrangeiro



Minha Dor é o inverso do Samba.
Não se transforma em beleza.
Não faz os quadris
da moça cacheada se bolirem.
Não há moça cacheada, e
As que tem não rebolam.
Sequer entendem de Samba.

Minha dor parece que se basta,
se acumula qual bolha.

E a Alegria? Essa não se compartilha.
Não se comunga em gargalhada.
Nem mesmo um sorriso pode ser inteiro, assim.
O abraço só tem um braço.
Isso quando há abraço.

Que alegria é essa?
A alegria do solitário,
sósia da alegria do louco.

O ombro pesa
ante o peso da cabeça
cheia de idéias.
Há um mundo aqui.
Tão vasto como o de fora.

Ninguém sabe(rá).

Correria por todos os mundos,
se me fizesse mais livre.
Não se é livre sem o outro.

Estou cansado e nem fiz muito.



*Paraná, em 27/01/2009.

MEIN GOTT!!!

Ok, para não deixar um assunto pendente.

É factual que tem gente que até pode ir ao cinema, mas não precisa, quando se é amigo das pessoas certas.

Brüno é uma um filme absurdo. Te faz rir. Me fez rir sem parar do começo ao fim, sem fim. No entanto, todos aqueles exageros, como a bicicleta ergométrica ou o crioulinho trocado por um i-Pod sãouma ficção. Apesar de haver cenas "reais", ou sem um roteiro prévio, o personagem é ficção, portanto, o filme enquadra-se no gênero ficção.

Agora, voltemos à vida real, que pode ser tão absurda quanto um filme desses. Depois da epifania de Brüno, lembrei - por ele ser gay, obviamente - de uma conversa que tive com um bom amigo meu. Ele namorava um rapaz e os dois não tinham receios de viver um com o outro as fantasias, coisa que todo casal deveria fazer. Desse modo, ele já havia se vestido de jogador de futebol, apesar de olhar mais pras pernas dos atletas que para os gols; de noivo e noiva (clássica essa, não?) e de policial e bandido (clichê!).

Nada de mais. Em se tratando de fetiches, perversão é, mais que nunca, algo relativo.

Absurdo foi a fantasia vivida pelo casal: FISCAL DA SUCAM*, ou aqueles carinhas de uniforme caqui que vem na sua casa jogar remedinho na sua privada e ralo pra matar larva de mosquito da dengue.

Aí sim, tive que fitá-lo nos olhos e sentenciar: "M., VOCÊ É UM PERVERTIDO!", caindo para trás da cadeira do boteco de tanto rir.

"Quem, nesse vasto mundo de meu Deus conseguiria ter tesão em algo assim?", disse.

"Alguém que fosse seu amigo seu", ele respondeu, sem ironia ou qualquer sentido pejorativo.

E assim, prosseguimos com nossas confissões de caipirinha.




*Ouvindo e cantando Sweet Transvestite (versão karaokê), da trilha do Rock Horror Picture Show.

**
Sucam, órgão que resultou da fusão do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERu), da Campanha de Erradicação da Malária (CEM) e da Campanha de Erradicação da Varíola (CEV).

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