quinta-feira, julho 20, 2006

Três Perguntas Para Jonnata Doll


1. Quais são as bandas boas de fortaleza e o que diabos é uma banda boa?
Uma banda boa é aquela que mexe com você estando alegre, triste ou puto.
Além do que ela não pode: copiar na cara-de-pau e se transformar em banda xerox e levantar a bandeira de qualquer ideologia de maneira que se resuma a isso. Dago Red, K-Waves, Volúpia, Barra Dolls, Shit and Run.

2. Um mundo sem sexo, sem drogas ou sem rock'n'roll?
Sem o sexo, pois com uma droga adequada, pode-se passar bem sem trepar, embora isso me desconcerte ao imaginar tal coisa.

3. Como será o Jonnata Doll envelhecendo?
Eu vou viajar bastante tocando pelo mundo afora, sempre contando com muleques que gostem de minhas músicas, para se apresentar mais ou menos como o Wander Wildner faz. ON THE ROAD, todos os dias penso nisso.


*foto de cortesia da orsova doll. Essa foi ao som de Man... or Astroman?

sábado, julho 15, 2006

Paulinho - Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças

Um Video que me mandaram... participação especial do pequeno Ian e da mãe do pequeno Ian.

07.2006

I
Improviso
Em meio a todo girar
De esferas
Obedientes à cadência
Desta música,
Que ouvimos sem perceber.
Desta dança,
Que dançamos,
Que somos, não os dançarinos,
Mas os próprios passos.

Improviso
Que se mantém delicadamente.
Como um solo?
Como polifonia barroca?
Se mantém e isso basta.

II
No trecho dessa música
Em que estamos,
O compositor semi-autista
Nos abençoa
Com os risos e com as lágrimas
Para dar intensidade
Às suas notas.
Para que elas sejam
Mais que tinta na pauta.
Para que sejam glorificadas.

Ainda podemos ouvir
Sons de séculos
Risos de homens simples na taverna
Na noite anterior à batalha,
Ao silêncio definitivo.
Lágrimas de grandes homens
(pessoas que reinventaram
o sentido de ser humano)
em seus fracassos cotidianos,
seus amores não correspondidos,
o luto pela mãe ou pelo filho.

Ainda estão presentes
Cada um desses sons.
Que não viraram letra de música,
Filme ou notícia.
Mesmo sem qualquer registro,
Essas melodias permanecem vibrando.

III
Eu que sou
Um pouco pretensioso,
E guardado.
Eu que sou pequeno demais
Pra carregar essa alma mesquinha
E esse coração bom,
Cheio de músicas
Que minhas mãos não sabem dizer.
Que acabam por pesar
E saem como riso ou lágrimas
Silenciosos.

Não quero conquistar o mundo,
Nem servir príncipes ou reis.
Não quero ser celebrado
Em um busto na praça,
Tão anônimo quanto eu.
O nome há de se perder no tempo,
Não em uma rua.
O nome já não importa.

Posso ser maior que essa pequenez,
Mais vivo que minha própria vida.
Mesmo sem fogos de artifício,
Eu posso.
Eu fui e posso.
Sem barulho, eu amei
Como se pode amar uma mulher
-por sorte ou destino fui amado-
Bebi do corpo dela
E aspirei cada cheiro.
Beijos eternos
Em cada um dos seios
Que ainda permanecem
Em algum lugar do tempo-espaço.
Amei como se ela fosse meu país.
Eu a percorri e cresci homem,
Fui maior que eu,
Superando a ilusão do individual,
Entrando em comunhão.

Cada palavra e cada ato
-mesmo os não ditos e feitos-
permanecem.
Como permanecem as saudades
Das mulheres anônimas dos náufragos,
E as alegrias das que foram
Abençoadas com a volta.
(Algumas obras são invisíveis
E tão sagradas
Que poucos podem ter
Acesso a elas,
Como a minha.)

IV
Sejam glorificados
Os que vivem em comunhão.


*só porque a Camila gostou.... e a Camila entende mais de certas coisas que eu.

quinta-feira, julho 13, 2006

Três perguntas para Robério Augusto

1. A confiança em Deus é acompanhada de temor?
Para alguns talvez.... Para quem conheceu a experiência do gozo metafísico não. respeito é a palavra. Confiança e intimidade de algo sublime é pra quem tentou vivenciar esse gozo.

2. Punk? O que é necessário para ser um?
To be yourself.... e gostar de rocks curtos, guitarras noise e letras existencias/políticas...E celebrar suas fraquesas e vilanias fazendo disso o seu trunfo.

3. De que modo, Robério Augusto, você quer ser esquecido ou lembrado?
Como alguém que foi apaixonado, honesto, errante, dedicado, lúcido e bom de cama.


*foto de um certo Farika


mais dagobério aqui e aqui.

quarta-feira, julho 05, 2006

A hora do amanhecer. Melhor momento do dia para brincadeiras com instrumentos musicais e com palavras. Pena que não possa ser todo dia. Pena que tenhamos que levar o relógio a sério.

nesse momento eu ouço Concerto Pour Une Voix - Saint-Preux.

terça-feira, julho 04, 2006

Três perguntas para Saulo R.


1. O que vale mais, um Às derrubando 70 aeronaves durante toda uma guerra ou uma metralhadora que mata mil em apenas uma batalha?
Um às derrubando 70 aeronaves, porque 70 aeronaves teriam capacidade de matar 20 mil homens. A metralhadora pode ser destruída por uns desses aviões.

2. Qual as três primeiras medidas de Saulo, o Senhor de Cinco Continentes?
Segunda medida: O Fim das das Bandas Autorais "Páias" e O Fim das Bandas Covers. Terceira medida: Enforcar todo prego que se mete com música. Pra flar a verdade a minha primeira medida como dono dos 5 continentes será trocar o b da palavra bird e trocar por um k pra ficar kird, já pensou: "black kird sings in the dead of night" ou "black kird fly..." ou the kirds.

3. É mais provável atingir a iluminação, o nirvana, o paraíso pela falta ou pelo excesso?
Do excesso. O excesso leva ao êxtase. A falta leva ao desespero.

mais de parte do Saulo aqui, aqui, aqui. Ops, aqui também.
*na foto - Mj. Helmut Wick. 56 vitórias, 49 na Batalha da Britânia. Sumiu sem combustivel no Canal da Mancha, ainda atacando. Tinha 25 anos.

segunda-feira, julho 03, 2006

Canção de Mim Mesmo - XVIII

Com estrondosa música venho, com minhas cornetas e tambores,
Não toco marchas apenas para vencedores aclamados, também as toco para
os conquistados e abatidos.

Ouviste dizer que foi bom vencer?
Eu digo que foi bom perder, as batalhas se perdem com o mesmo
espírito com que se ganham.

Toco e volto a tocar pelos mortos,
Sopro por eles a minha mais alta e alegre melodia.

Vivas pelos vencidos!
E por aqueles cujos vasos de guerra se afundaram no mar!
E por aqueles que afundaram no mar!
E por todos os generais que perderam e todos os heróis vencidos!
E pelos inumeráveis heróis desconhecidos iguais aos maiores heróis
conhecidos!

W.Whitman

A primeira vez que li esse trecho foi no dia 13 de junho, por volta de 13:00. Voltava para casa em um ônibus quase vazio. As ruas quase desertas. Apenas sons de fogos ao longe e carros cortando desesperadamente as avenidas. Ao abrir a página aleatoriamente, claro que vi nisso um recado. Não para o resultado final da copa.